terça-feira, 1 de abril de 2014

Despedida...



Olá amigos que sempre nos acompanharam através deste blog. venho comunicar que a partir de agora estão encerradas as atividades aqui no Expresso Cultural. Foram quatro anos legais, onde conheci gente bacana e pude expressar minha emoção inúmeras vezes; mas agora é preciso dar um tempinho para outras atividades importantes que talvez me impeçam de continuar com qualidade aquilo que comecei já faz um tempão. Quem sabe a gente não se encontre em outro momento, em outra casa, um pouco mais arrumada hein? Continuarei lendo muito (se não for assim eu morro) e vendo muitos filmes que indicarei em minha página no Facebook: www.facebook.com/jeferson.santana. Prometo que o Expresso continuará no ar, só não postarei mais nele, portanto o nosso querido bloguinho estará a disposição de todos que sentirem vontade de consulta-lo. Um abraço a todos e agente se vê por aí...

domingo, 30 de março de 2014

Retratos do Domingo: A menina que se negou a cumprimentar o Presidente João Figueiredo...


No ano de 2008, diversos blogs Brasil a fora  fizeram uma verdadeira cruzada para encontrar a corajosa garotinha que negou apertar a mão do presidente ditador João Figueiredo em 1979 (o ano em que eu nasci). A histórica fotografia clicada por Guinaldo Nikolaevscky marcou o início da abertura política. A célebre foto foi feita durante uma solenidade no Palácio da Liberdade em BH. Em 2011, Rachel Clemens afirmou ser a garota da foto.

segunda-feira, 24 de março de 2014

O Retrato da Mãe de Hitler é um livro soberbo; além do entretenimento, traça ricos detalhes da sociedade portuguesa do pós-guerra...



O Retrato da Mãe de Hitler de Domingos Amaral em Lisboa

Antes de qualquer coisa, gostaria de pedir sinceras desculpas aos leitores deste blog pelo tempo exageradamente longo que passei sem publicar uma única resenha. O aconteceu é que FELIZMENTE tive que ocupar todo o meu tempo com importantes tarefas paternais, já que Elisângela retornou da licença maternidade e as tarefas aqui em casa, principalmente no que concerne a Duda, precisam ser executadas pelos dois. É claro que isso não me deixou sem tempo por completo, principalmente durante a noite. Li alguma coisa, assisti a bons filmes e isso é o que importa. Hoje, por exemplo, estou aqui para comentar sobre um belo livro que li recentemente e do qual guardo saborosas impressões. Trata-se de “O Retrato da Mãe de Hitler”, do escritor português Domingos Amaral. Esta obra é a continuação do magnífico "Enquanto o Ditador Dormia", já comentado aqui no blog (clique no link) http://www.expressocultural-jeferson.blogspot.com.br/2010/09/mais-um-grande-trabalho-historico.html. Foi um prazer regressar, com O Retrato da Mãe de Hitler (uma edição Casa das Letras), a este mundo da espionagem, ainda para mais centrado em Lisboa, que geralmente fica fora do roteiro da literatura relativa a este período tão importante e cativante da história. É que se em termos bélicos a guerra não passou por Portugal, já em termos de informação, segredos e espionagem, Portugal, e principalmente Lisboa, foi palco de importantes movimentações.

Mas se em Enquanto o Ditador Dormia a ação decorria em plena guerra, este O Retrato da Mãe de Hitler passa-se no pós-guerra e baseia-se na questão dos tesouros nazistas que estes, os nazistas que escaparam, tentavam vender pelo caminho para financiar uma nova vida longe dos seus perseguidores, principalmente na América do Sul.
Em O Retrato da Mãe de Hitler, Domingos Amaral recorreu, basicamente, aos mesmos personagens de Enquanto o Ditador Dormia, aproveitando até para atar algumas pontas que tinham ficado “soltas”. Terá desta vez mais romance e menos espionagem, mas mantém as características de um genuíno page-turner, sem momentos mortos e com uma escrita clara cinematográfica, capaz de prender o leitor. (A cena final, num hidroavião clipper decolando do Tejo, em Lisboa, é o melhor exemplo da cinematografia deste livro).
O protagonismo é de novo entregue a Jack Gil que tem de lidar, desta vez, com mais um oponente terrível, o seu pai. Ao mesmo tempo tem de lidar com a sua antiga paixão, a arrebatadora, surpreendente e reaparecida Alice, sempre dúbia nos seus comportamentos e nas suas alianças e motivações. Enquanto se “entretém” com ela, com o pai e com as pretensões deste em apoderar-se de tesouros nazistas em trânsito por Portugal, Jack Gil tenta organizar a sua vida, unindo-se a Luisinha, irmã da sua falecida noiva e a quem aprende a amar, depois de uma vida de orgia que por vezes tem dificuldade em deixar para trás.

 Este romance apresenta uma série de pormenores curiosos sobre a sociedade portuguesa da época, retratando o modo de vida daquele país nos tempos de Salazar, onde as liberdades eram muito limitadas. Basta ver, por exemplo, como era a difícil relação com o cinema de Hollywood, aqui bem retratada por via da paixão da personagem Luisinha pela sétima arte. É, portanto, um bom retrato de uma época, numa profunda investigação por parte de Domingos Amaral, que soube passar para o papel, bem misturado com a animada ficção que criou, as informações recolhidas em arquivos e documentos.

 

segunda-feira, 3 de março de 2014

Os Retornados Mudaram Portugal é leitura obrigatória para se compreender a sociedade portuguesa atual...


Li recentemente um maravilhoso livro intitulado Os Retornados Mudaram Portugal, do escritor português Fernando Dacosta (se escreve assim mesmo). Este livro faz parte de uma lista de livros que o meu amigo luso-brasileiro Evanilson Oliveira, o Banny, mandou de Portugal para mim.  Dacosta, que nasceu em Angola e foi ainda criança para Portugal trata, de um tema que até os dias de hoje ainda mexe muito com o sentimento de muitos portugueses e gera polemica em muitos lugares onde o assunto é discutido: a “volta” para Portugal de milhares de portugueses e descendentes logo após a independência das colônias lusitanas na África.
 
 
O livro do Dacosta nada mais é do que uma importante síntese dos reflexos causados na sociedade portuguesa por conta do trágico “regresso” dos portugueses que viviam nas colônias na África nos anos de 1974 e 1975, naquele que constituiu um dos êxodos mais trágicos do Ocidente. Quase quatro décadas depois, muitas centenas de milhares de portugueses continuam carregando esse sentimento de amputação, essa saída forçada de uma terra que consideravam sua. Como conseguiram vencer, integrar-se numa sociedade que os observava com desconfiança e os recebeu com antipatia? Continuam levando a África no coração? Esta obra de Fernando Dacosta é porto de abrigo para essas e muitas outras inquietantes perguntas, uma voz dá voz às frustrações, às aspirações, às lacunas de milhares de outras vozes.

domingo, 2 de março de 2014

Literatura, romance e viagens em "Amores Expressos"...


 
Durante esses dias venho assistindo a maravilhosa série apresentada no Canal Arte1 chamada “Amores Expressos”. Na verdade o programa é o seguinte: O Canal está exibindo 16 documentários de 22 minutos em 16 cidades do mundo por onde passaram 16 escritores brasileiros de estilos e origens diferentes em busca de influências e inspirações para contar histórias de amor ambientadas nas cidades. Já assisti cinco episódios, em Praga; com Sergio Sant'Anna, São Petersburgo com Bernardo Carvalho, Havana; com Chico matoso, Lisboa; com Luiz Ruffato e São Paulo com André de Leones. Vale a pena ver!

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ausência, saudade e novidades...

 
Estou passando por aqui para pedir um pouquinho de paciência à todos aqueles que curtem este humilde bloguinho.
 
Confesso que estou com muita saudade de vocês; só peço mais um pouquinho de tempo... 
 
Devido a alguns compromissos importantes, eu não tive tempo para postar nada, mas a partir de sábado teremos muitas novidades por aqui: filmes, livros, músicas, fotografias e muito mais.
 
O meu carnaval será de leituras e filmes que indicarei automaticamente para vocês. Aguardem...
 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

O Jardim das Delicias é uma crítica ao regime franquista e a toda forma de repressão no mundo...


Ontem revi pela terceira vez ao filme “O Jardim das Delicias”, do genial diretor espanhol Carlos Saura. Neste trabalho, o personagem central é o Antonio Cano, um respeitável empresário que sofre um terrível acidente automobilístico deixando-o paralítico e sem memória. Sua família e seus amigos tentam, através de encenações, recriar momentos importantes de sua vida, desde a infância até a fase adulta; uma espécie de peça de teatro para um só espectador. Pouco a pouco sua memória começa a voltar ao normal. Diariamente Antonio é colocado no Belo jardim da casa, onde ele revive muitas memórias, reais e imaginárias. Este é um daqueles filmes que aborda de forma satirizada a fase sombria da repressão pessoal e política durante o regime de Franco na Espanha. Neste trabalho, Saura infunde seus já conhecidos elementos. Que discutem a ideologia franquista.  A película foi lançada aqui no Brasil em 1970 e sofreu na mão da censura por conta da crítica ao sistema repressivo espanhol.